Antissocial:
Tolice ou paz?
Ser antissocial trouxe-me paz e solidão. Desde que me conheço por
gente pensante eu sonho acordada, um coma de palavras sem estar numa
cama de hospital, as palavras escritas foram o remédio para curar
meu distúrbio, irei explicar...
Após escrever o manuscrito “O último romântico” as incertezas
tomaram conta de minha mente: caso uma editora aceitasse minhas
palavras confusas em cento e várias páginas, eu me tornaria uma
figura pública. Figura pública, pessoa social, carismática e
simpática; como ser inseguro eu não me sentia bem com esses
substantivos e adjetivos. Nunca fui boa em conversas, sou tímida,
não aparento por ter uma aparência rebelde. Porém perco as frases
ensaiadas por monossilabas, facilmente me perco nos olhares alheios
e, por isso, acho que só me “dou bem” nas palavras solitárias.
Na minha opinião, ás vezes devemos ser antissociais para encontrar
a paz interior; sabe... aquele lance de olhar para a parede do quarto
e pensar no dia, assistir um filme e pensar na vida, ler um livro e
sonhar mentalmente e; jogar videogame e entrar de cabeça na história
por esquecer um dia de caos. Nessa paz eu estive por vários anos como a frase acima do seriado "Supernatural",
mas ser assim pode se tornar sinônimo de tolice e até o Dean Winchester saberia disso se não tivesse que combater monstros.
Para mim ser tola não é novidade, mas após aceitar a realidade de
que sim eu lançarei um livro e se quero ter frutos de tal ato
oriundo das palavras, eu não poderia ser mais a mulher estranha e
antissocial. O ser humano é feito de relacionamentos e o isolamento
continuo só traz sentimentos frios. Mas mesmo sendo antissocial eu
nunca fui fria! Pelo contrário, eu sentia mais do que qualquer outra
pessoa falante e ativa socialmente. A observação se torna
sabedoria, sabedoria a qual aprendi com minha querida avó Maria, ela
sempre falava da sabedoria e, eu agradeço aos céus pela lição.
Minha avó era amavelmente rude e repleta de sabedoria, te amo vó. A
tolice vem em noites chuvosas de lembranças das pessoas que gostamos
e amamos, por mais que eu tentei ser antissocial eu sentia um certo
vazio acompanhado de um choro.
O isolamento em certos períodos é preciso, entrementes o isolamento
continuo é tolice ou a certeza de um tipo de depressão.
O mundão não é fácil, por isso temos que equilibrar os momentos de
solidão com os momentos sociais. Agora estou online, divulgando o lançamento de meu livro e me sentindo amada
e viva por ter pessoas boas comigo, mesmo as tais estando distantes.
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